quarta-feira, 25 de abril de 2012

Trecho do livro - “Na margem do Rio Piedra eu sentei e chorei”



« É preciso correr riscos, dizia ele. Só percebemos realmente o milagre da vida quando deixamos que o inesperado aconteça.

Deus dá-nos todos os dias- junto com o sol- um momento em que é possível mudar tudo o que nos deixa infelizes. Todos os dias procuramos fingir que não nos apercebemos desse momento, que ele não existe, que hoje é igual a ontem e será igual ao amanhã. Mas, quem presta atenção ao seu dia, descobre o instante mágico. Ele pode estar escondido na altura em que enfiamos a chave na porta, pela manhã, no instante de silêncio logo após o jantar, nas mil e uma coisas que nos parecem iguais. Mas esse momento existe- um momento onde toda a força das estrelas passa por nós, e que nos permite fazer milagres.

Ás vezes, a felicidade é uma bênção- mas geralmente é uma conquista. O instante mágico do dia ajuda-nos a mudar, faz-nos ir em busca dos nossos sonhos. Vamos sofrer, vamos ter momentos difíceis, vamos enfrentar muitas desilusões. Mas tudo isso é passageiro e não deixa marcas. E, no futuro, poderemos olhar para trás com orgulho e fé.

Mas pobre de quem teve medo de correr riscos. Porque esse talvez não se decepcione nunca, nem tenha desilusões, nem sofra como aqueles que têm um sonho a seguir. Mas quando olhar para trás- porque olhamos sempre para trás- vai ouvir o seu coração a dizer: “o que fizeste com os milagres que Deus semeou nos teus dias? O que fizeste com os talentos que o teu Mestre te confiou? Enterraste-os bem fundo numa cova, porque tinhas medo de perdê-los. Então, esta é a tua herança: a certeza de que desperdiçaste a tua vida.”

Pobre daquele que escuta estas palavras. Porque então acreditará em milagres, mas os instantes mágicos da vida já terão passado.»

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